Após a última edição de Zepelim ter sido dedicada à figura de Allen Ginsberg, a de hoje gira em volta de outro dos nomes maiores da Beat Generation, William S. Burroughs, autor de Naked Lunch, ao mesmo tempo que o faz contactar com o trabalho de William Basinski.
A melhor forma de classificar Burroughs, a sua vida (1914-1997) e a sua obra, é como um experimentalista apaixonado e um artista multifacetado. Como meios de expressão, privilegiou as palavras, a música, mas também a sua própria vida e percepção, alteradas pelo consumo de diversas drogas e pelo contacto com os submundos e subculturas, sobretudo em Nova Iorque, mas também em S.Francisco, onde a beat culture contactou e acabou por ser englobada pela cultura hippie. Os seus trabalhos escritos, próximos dos de Kerouac e Ginsberg, tinham o confronto com a cultura conformista dos Estados Unidos em vista, através da abordagem a temas considerados obscenos e ao declínio da mundividência mainstream. Alguns registos raros de performances enquanto artista de spoken word e como músico foram lançados no ano de 2007, com o nome Real English Tea Made Here, pela editora Audio Research Editions.
William Basinski, por seu lado, é um compositor minimalista e artista audiovisual nascido em 1958 no Estado do Texas, tendo recebido formação clássica como clarinetista e inspiração de nomes como Steve Reich. Em 2002, enquanto tentava recuperar velhas gravações em fita magnética, para formato digital, acabou por destruir as já danificadas cassetes. Contudo, este processo acabou por gerar os sons patentes nos 4 volumes de The Disintegration Tapes, lançados entre 2002 e 2003 numa edição da editora 2062.
Alinhamento:
1. William S. Burroughs – The Piper Pulled Down the Sky
2. William S. Burroughs – 23 Skidoo
3. William Basinski – D|P 2.1
4. William Basinski – D|P 2.2
4.1. William S. Burroughs – Cut-Ins with Dutch Schultz
José Afonso Biscaia