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Zepelim de 30.12.2009: Overweight

O último Zepelim, o primeiro de uma pequena série sobre o excesso, debruçou-se sobre a obesidade, um grave problema a nível mundial. A sociedade de consumo faz pressão em sentidos opostos: o de comer em muita quantidade, e ao mesmo tempo de apresentar uma imagem magra, deixando muitas pessoas pelo mundo num dilacerante dilema.

Alinhamento:

1. Nurse With Wound – Salt Marie Celeste (excerto) [Salt Marie Celeste, 2003]

2. James Ferraro – Untitled [Heaven’s Gate CDR, 2009]

com excertos de:

Anúncios: “Burguer King”, “Chocolate Nogueroles”, “Kentucky Fried Chicken”, “Kinder Chocolate”, “McDonald’s”, “Pizza Hut”

Programas de TV: “5 Para a Meia-Noite: Fernando Alvim lê uma receita de Filipa Vacondeus”, “O Tal Canal: Cozinho Para o Povo, com Filipa Vacondeus”, “Praça da Alegria: Bife à Chefe Silva e Divina Lampreia”, “Sebastião Come Tudo”, “Telejornal: Homenagem ao Chefe Silva em Almeirim”,”The Muppet Show: Swedish Chef – Swedish Meatballs”, “The Young Turks: Discrimination Against Overweight People”, “VT: Obesidade Mórbida”

Série Delícias CantadasCélia e Celma: “Frango com Quiabo”, “Língua com Molho”

Videos no Youtube: “Being overweight and dating – PracticalHappiness.com”, “Entenbrust richtig zubereiten”,”Porquê “Herbalife”? Porquê Agora?”  “Weight Loss Motivation”, “Yoga Exercises to Flatten the Stomach”

José Afonso Biscaia

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Zepelim de 16.12.2009: Coast to Coast AM

O Zepelim de hoje presta homenagem a uma incontornável figura do panorama radiofónico mundial, o americano Art Bell e a sua principal criação, o programa Coast to Coast AM, onde aborda sobretudo as temáticas relacionadas com o paranormal e teorias da conspiração. Emite todos os dias, durante 4 horas (entre as 22h00 e as 2h00 do fuso horário do Pacífico americano), e conta, desde que Art Bell se “reformou” com uma equipa de locutores constituída por George Noory, Ian Punnett, George Knapp e, ocasionalmente, pelo próprio Bell. Como exemplo do trabalho desenvolvido no Coast to Coast, ficámos com excertos de dois programas, difundidos nos anos 90.

Alinhamento:

1. Super Minerals – Cluster [Clusters CS, 2009]

2. Robedoor – Natural Darkness [Exorcist Blues, 2009]

3.Super Minerals – Oxygen Bombs [Clusters CS, 2009]

com excertos da 2ª hora do programa de 11/9/1997 e da 2ª hora do programa de 20/6/1993

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Zepelim |09.12.2009| “Your Hit Parade: Be Happy, Go Lucky!”

No Zepelim desta semana, construímos o nosso programa em torno de questões relacionadas com a Indústria Tabagista. Para tal, recuámos até à década de 50 para escutarmos o programa televisivo Your Hit Parade, patrocinado pela marca de tabaco Lucky Strike. Your Hit Parade, era um programa semanal emitido pela NBC entre 1950 e 1959 nas televisões norte-americanas, cuja existência remontava já ao ano de 1935, mas apenas em formato radiofónico. Durante as suas emissões eram apresentadas interpretações ao vivo do top 7 (“Lucky Seven Songs of the Week“) de temas mais vendidos nos Estados Unidos, tendo em conta as faixas mais tocadas nas Rádios e nas Jukeboxes espalhadas pelo país. Apesar do processo de apuramento dos temas mais ouvidos numa determinada semana nunca ter sido claramente exposto, Your Hit Parade usufruía de um relativo sucesso. Porém, ao longo da década de 50, viu a sua audiência diminuir progressivamente à medida que o Rock’n’Roll se massificava nos ouvidos mais jovens. Simultâneamente, a Lucky Strike encontrava um novo objecto alvo para vender a sua imagem de arrojo e rebeldia, longe das baladas quase assépticas de Your Hit Parade – antítese do que viria a ser a década de 60. Ao longo das emissões de Your Hit Parade, os temas foram cantados por vários interpretes como Dorothy Collins (1950-59), Russell Arms (1952-57), Snooky Lanson (1950-57) e Gisèle MacKenzie (1953-57).  A liderar a Lucky Strike Orchestra de Your Hit Parade esteve Raymond Scott entre 1950 e 1957.

Dorothy Collins & Raymond Scott
Dorothy Collins & Raymond Scott

Raymond Scott , músico, maestro, investigador, génio inventor e director do departamento de pesquisa e desenvolvimento electrónico para a Motown, era aqui responsável pelos arranjos dos temas mas vendidos dos E.U.A., revestindo as suas estruturas clássicas, com orquestrações vanguardistas. Algumas das suas composições originais foram mais tarde utilizadas em cartoons como Looney Tunes (Bugs Bunny, Daffy Duck), The Ren and Stimpy Show ou The Simpsons (um dos temas mais conhecidos chama-se “Powerhouse” de 1936 e pode ser escutado aqui). Raymond Scott acabaria por casar com a cantora residente de Your Hit Parade Dorothy Collins.

Ao longo desta emissão de Zepelim colocamos em paralelo as duas Indústrias, a do Entretenimento e do Tabaco consumando os seus múltiplos denominadores comuns. Podemos escutar a par do episódio de Your Hit Parade de 2 de Maio de 1953 (no qual, curiosamente, a canção April in Portugal, ocupa o sétimo lugar da contagem dos temas mais vendidos nos Estados Unidos), programas de incentivo tabágico, recortes noticiosos, a voz dos principais intervenientes do palco da Indústria Tabágica, anúncios publicitários a marcas de tabaco, entrevistas, etc.

Faixas utilizadas na colagem sonora:

Geir Jenssen – Under The Glacier I (excerto) [Biophon Records, 1982]

Tetsu Inoue – Particular Moments (excerto) [Yolo, Din Records, 2005

Jimmy Behan – Signs Of Live [The Echo Garden, Audiobulb, 2009 ]

Biosphere –  Knives In Hens (excerto/loop) [VA, Touch Sampler.3,1998,  Touch.]

Biosphere –  Dawn At Vara (excerto/loop) [ Commissioned Works, 1994]

Hopen – Early [What’s happened to mat collishaw ?, 2009]

Scanner – Moscow Radio [Unreleased, 2008]

Taylor Deupree – Quiet_C [January, Spekk, 2004]

Raymond Scott – Backward Beeps [1953-69 Manhattan Research,Inc.]

Heribert Friedl – Back (excerpt) [back_forward, Non Visual Objects, 2006]

Jez Riley French – …Audible Silence – Enter (Kettle’s yard, Cambridge) [2009]

Help Is On The Way –  E  (excerto) [Help Is On The Way, 2009]

Help Is On The Way –  C (excerto)  [Help Is On The Way, 2009]

Jim McauleyNels Cline – Froggy’s Magic Twanger [Ultimate Frog, Drip Audio, 2008]

Scanner – Returning (excerto) [2008]

– Os restantes sons foram retirados da base Archive e youtube.

 

“Be happy, go Lucky,

Be happy, go Lucky Strike

Be happy, go Lucky,

Go Lucky Strike today!”

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Carlo Patrão

Zepelim de 2.12.2009

Zepelim dedicado ao sono. Se passamos cerca de 23 anos da nossa vida a dormir, porque não explorar melhor esse fenómeno?

1. Gregg Kowalsky – I-IV (Tape Chants, 2009)

2. Dolphins into the Future – Untitled #2

3.Celer – Normal Sadness (Tropical, 2008)

4.Gregg Kowalsky – VI-VII (Tape Chants, 2009)

Com excertos de:

Candi Raudebaugh – Sleep Countdown

“Health and Well Being Programme”

Autor desconhecido – “My Dream”

Delia Derbyshire – Running (The Dreams)

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Zepelim |11.11.09| “Abbiamo fatto 30 facciamo 31!” Uma Peça Sonora de Manuela Barile

O Zepelim convidou Manuela Barile, performer /pesquisadora vocal e co-directora artística da Binaural, a apresentar-nos uma peça sonora inédita que sobrevoasse a sua obra. Gentilmente, Barile aceitou o nosso convite, oferecendo-nos  a peça “Abbiamo fatto 30 facciano 31”, uma colagem sonora cujo composição nos revela não só o seu lado artístico, mas também uma profunda reflexão sobre o sentido das suas experiências, enquanto criança e adulta.

“Abbiamo fatto 30 facciamo 31!” – Uma Peça Sonora de Manuela Barile

“Abbiamo fatto 30 facciamo 31!” é uma expressão italiana que significa aceitar empreender uma tarefa imprevista adicional, depois de já se ter decidido fazer muitas outras coisas. 31 é também o número de aniversários que já cumpri. Com esta peça sonora pretendo apresentar-vos algumas das linhas temáticas do meu trabalho artístico: a memória pessoal e colectiva, a infância, a dor, a morte, o sentido dos lugares, a autenticidade, o abandono, a esperança.

Na escolha dos vários trechos que compõem a peça reflectem-se as várias experiências da minha vida e a forma como me coloco perante a vida, ao procurar meter-me em jogo, ao não tomar as coisas de forma demasiado séria ou pesada e ao acolher positivamente os imprevistos, assumindo os riscos inerentes.

As composições da minha autoria utilizadas nesta peça sonora são: Lullaby for Whales (2003), Larve Gongolanti (2004), Cik Ciak Song (2006), On the Wing (2006), Ossessione (2009), Pesa (2009) e Moroloja (2009). Dela fazem parte também um excerto de um concerto de “La Scatola” (um projecto intermedia concebido por mim e pelo artista sonoro Rui Costa em 2007) e “Five Instruments and a Gun”, uma peça escrita pelo compositor austríaco Arnold Haberl (a.k.a Noid) e interpretada em 2008 por mim e por outros quatro músicos na paisagem envolvente à aldeia de Nodar.

Nesta peça sonora estão também presentes as vozes de algumas pessoas próximas de mim (o meu filho Samuel, o meu companheiro, a minha avó, a minha mãe, o meu pai, os meus tios, a tia Ilda de Nodar, velhos e novos amigos), assim como referências a canções que assinalam momentos importantes da minha maturação pessoal, filmes, excertos de desenhos animados da minha infância, referências a lugares onde habitei ou habito (Bari, Londres, Bolonha, Nodar) e vozes de artistas, por coincidência (ou talvez não) todos já desaparecidos: Andrei Tarkovski, Matteo Salvatore, Maria Callas, Anna Magnani, Carmelo Bene e Pier-Paolo Pasolini, em cujos percursos de vida e de arte me revejo muitíssimo.

Em Ossessione (2009), Pesa (2009) e Moroloja (2009) a minha voz foi gravada em campo. Actualmente a minha pesquisa artística constrói-se sobre e para os lugares, tendo não só em conta as propriedades acústicas desses lugares por mim escolhidos, mas também outros aspectos que vão desde a memória e a tradição até aos aspectos de conformação natural do território, das simbolizações rituais e sagradas aos “genius loci”.

Manuela Barile

Manuela Barile
Manuela Barile

Biografia e Pesquisa Artística

Manuela Barile (n. Bari, Itália em 1978) é uma artista multidisciplinar e performer vocal italiana residente em Portugal.

A sua pesquisa artística assenta num trabalho projectual que combina os sons da voz com diversos media (performance art, field recordings, vídeo, fotografia, escrita, desenho) e utiliza diferentes formatos de apresentação (instalações sonoras e vídeo, composições sonoras, concertos-performances, etc.).

A conexão entre o público e o privado tem sido uma constante interrogação no seu trabalho, bem como a ligação entre as memórias e recordações colectivas. Ela concebe a sua arte como uma investigação contínua na realidade onde a artista coloca questões e dúvidas no sentido de captar as subtilezas ocultas da vida e da nossa actual condição.

A arte de Manuela Barile nasce da uma indagação subtil e minuciosa em redor das pequenas coisas da realidade quotidiana aparentemente banais e insignificantes as quais, através de uma amplificação sensorial a que são sujeitas durante o processo criativo, assumem um sentido de “revelação” e de “necessidade”.

Utilizando uma linguagem simples, feita de símbolos e de metáforas, a artista procura criar situações de aparência enigmática, entre o familiar e o estranho, nas quais tudo é colocado continuamente em discussão e onde emerge o seu sentido de humor, do paradoxo, o prazer do risco e sobretudo o desejo de divertir-se sem levar-se demasiado a sério.

A sua abordagem à vocalidade é lúdica e espontânea; reflecte a sua ligação com a natureza, os animais e o ambiente que a circunda, dos quais busca continuamente inspiração. Através dos seus sons, a artista procura dar voz a ecos longínquos difíceis de serem expressos por palavras, que retornam ao presente com grande intensidade.

Manuela Barile já trabalhou ou colaborou com Mario Volpe, Gianni Lenoci, Mainha maturação pessoal, filmes, excertos de desenhos animados da minha infância, referências a lugares onde habitei ou habito (Bari, Londres, Bolonha, Nodar) e vozes de artistas, por coincidência (ou talvez não) todos já desaparecidos: Andrei Tarkovski, Matteo Salvatore, Maria Callas, Anna Magnani, Carmelo Bene e Prcello Magliocchi, Amy Denio, Phil Minton, Tristan Honsinger, Rinus Van Alebeek, Duncan Whitley, Anna Hints, Evelyn Müürsepp, Tiriddilliu, Claudio Parodi, Alessandro Buzzi, Chris Iemulo, Rui Costa, Paulo Raposo, Antez, Ernesto Rodrigues, Nilo Gallego, Dennis Báthory-Kitsz, Madamme Cell, Maile Colbert, Pali Mersault, Cédric Anglaret, Noid, etc. As suas composições vocais foram incluídas em vários filmes, documentários, projectos de vídeo arte (Annamaria Ippolito, Patricia Leal, Xaquin Rosales, etc.). Trabalhou igualmente com teóricos e coreógrafos de dança (Bojana Bauer, Paula Pinto).

Em 2006 participa com o artista italiano Pino Pipoli em “Una Notte di Arte Totale “inaugura” Fresco Bosco” evento inaugural da exposição “Fresco Bosco” curada pelo famoso crítico de arte Italiano Achille Bonito Oliva no parque de Certosa di San Lorenzo em Padula (Salerno).

Manuela Barile iniciou em 2007 uma colaboração com o artista sonoro português Rui Costa para o desenvolvimento de um projecto intermedia intitulado ‘La Scatola’. Em 2009, aprofundou alguns núcleos temáticos de “La Scatola” através do projecto “Locus in Quo”, um conjunto de instalações sonoras / vídeo e performances que indagam vários aspectos relacionados com o sentido dos lugares.

Manuela Barile é co-directora artística da Binaural, uma associação cultural portuguesa que se dedica à promoção de som e artes intermédia desenvolvida num contexto rural. A Binaural dirige desde 2006 um programa de residências artísticas em Nodar, uma pequena aldeia no centro de Portugal.

Websites:

www.manuelabarile.com

www.binauralmedia.org

* Video gravado em Maio de 2006 no Pavilhão Atlântico – Festival Sonicscope 06.  “Due Uccellacci e un uccellino”. Manuela Barile (voz), Rui Costa e Paulo Raposo (video + sound manipulation).

Zepelim de 21.10.2009 – Arcade

Regresso de Zepelim à antena da RUC em novo horário, entre as 23h e a 00h de quarta-feira.

Neste reinício, olhámos para a época dourada dos jogos arcade, nos anos 80 do século XX. A história desta forma de entertenimento remonta à decada de 30 desse século, com o aparecimento das máquinas de pinball, em madeira e baseadas em princípios mecânicos, que foram largamente utilizadas nos salões de jogos e parque de diversões da época, e progride lentamente até 1958, quando William A. Higinbotham, físico no Brookhaven National Laboratory (em Upton, NY), criou “Tennis for Two“, um jogo baseado na tecnologia do osciloscópio, para tentar animar os entediados visitantes do laboratório, indtroduzindo na prática o conceito de videojogo. Diz a lenda em redor da matéria que Nolan Bushnell, que mais tarde fundou a Atari com Ted Dabney, terá visitado o Brookhaven National Laboratory na sua adolescência. A sua empresa acabou por ser crucial para a expansão dos jogos de video em 1972, quando começou a distribuir o seu primeiro fenómeno, Pong. Nos anos seguintes a indústria fluoresceu, com títulos como Space Invaders ou Pac-Man, que foram imensamente populares, sobretudo nos Estados Unidos e Japão, durante toda a década de 80 e até aos inícios da de 90, quando as tecnologias de entretenimento doméstico disponíveis atingiram o mesmo grau de sofisticação que as “máquinas de moedas”.

É nesses anos (entre 1982 e 1986), que se situam as gravações de Classic Arcade Sounds. O autor, não identificado, e o seu melhor amigo Raymond cresceram nos salões de jogos do Estado de Nova Iorque, onde fizeram as gravações com um gravador Sony TCS-310 Stereo dos sons que faziam as máquinas de jogos, e apanhando inadvertidamente alguns dos seus próprios comentários. Estas gravações estiveram perdidas na casa dos pais do autor, em Ithaca, NY até 1997, quando se mudou para o Oregon e, no processo, encontrou as velhas cassetes que agora disponibiliza no seu site, e que constituiram a maior parte do Zepelim de hoje, complementadas com alguns sons originais desses jogos.

José Afonso Biscaia

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Zepelim de 1.7.2009 – Heart Radio

O coração é dos órgãos mais importantes para a vida humana e, ao mesmo tempo, de todos o mais romantizado. Durante larga parte da história considerado como o receptáculo da alma ou como centro emocional e amoroso do ser humano, o coração mais não faz que bombear sangue para todo o corpo, permitindo a irrigação dos seus órgãos. Neste Zepelim, debruçámo-nos sobre os seus assuntos.

1. EmeraldsAlive in the Sea of Information [What Happened, 2009]

1.1. Mayo Clinic – The Circulatory System

1.2. Excertos da série televisiva “Era Uma Vez… O Corpo Humano

2. Threshold HouseBoys ChoirDistonto [Amulet Edition, 2008]

2.2. Excerto da série televisiva “Era Uma Vez… O Corpo Humano

2.3. Excerto de um documentário disponibilizado pela revista Super Interessante, sobre a “Fisiologia das Células do Coração”

2.4.Excerto da série televisiva “Érase Una Vez… El Cuerpo Humano

3.Autor Desconhecido – La Sangre

4.Sparkling Wide Pressure – Rock Wall [Seven Inside and Out, 2009]

4.1.Autor Desconhecido Circulation

4.2.Excerto da série televisiva “Era Uma Vez… O Corpo Humano

5.Gregg Kowalski – Tendrils in Vigne [Tendrils in Vigne, 2007]

5.1.The Tell-tale Heart, short story de Edgar Allan Poe, lida por John Robinson

5.2. TransAmerican Medical – The Heart of Cardiac MRI

José Afonso Biscaia

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Zepelim |24.06.09|Luís Antero – Field Recordings: Água e Terra

Aldeia das Dez

Nesta emissão convidámos Luís Antero para assumir os comandos da realização do dirigível Zepelim e nos apresentar 52′ do seu trabalho mais recente, alguns inéditos e as suas últimas edições da colecção Sound Narratives, com especial destaque para o volume 6, editado este mês pela net label MiMi Records, divididos pelos símbolos Água e Terra. Luís Antero dedica-se à recolha fonográfica natural e etnográfica, mais do que um conhecimento técnico, Antero demarca-se pela sensibilidade e humanismo nas suas narrativas sonoras:

“Podemos considerar os usos e costumes das gentes da Beira Serra, os seus saberes orais, as lendas de tempos imemoriais contadas pelas vozes da sabedoria popular, como produtos culturalmente endógenos? A fauna e flora existente nas nossas serras, os rios, ribeiros e riachos que as enchem de vida cristalina, podem também ser considerados produtos culturalmente endógenos? Creio que sim! […] arquivo sonoro, de pessoas e locais, funcionando em regime work in progress […] […] gravações de campo de elementos naturais como forma de preservar um património natural e ao mesmo tempo uma memória fonográfica colectiva local”

1ª Parte – Água

Duração/Faixas/Comentários de Luís Antero
1.    00:00-06:46

«O Mar (TLuis Anteroocha – versão 1)» (06:46) | faixa nunca editada
Gravação do som da água do mar efectuada na Praia da Tocha, concelho de Cantanhede, no Domingo, 21 de Junho de 2009, às 18:00. Para além do mar ouvem-se também nesta gravação as vozes solarengas e felizes das pessoas que se banhavam a esta hora do dia, bem como algumas gaivotas.

2.    05:30-12:20
«Luso Ambience (Água)» (14:15) (excerto) | faixa nunca editada
Gravação efectuada na vila do Luso, concelho da Mealhada, no dia 23 de Junho de 2009, às 13:00. Nesta gravação ouve-se a água que cai das bicas, assim como o encher de garrafões das várias pessoas que ali se deslocam, algumas conversando, outras não, assim como a água que cai nas duas fontes situadas na praça da capela…

3.    12:30-19:50
«Big Wheel» (09:55) (excerto) | faixa do EP «Big Wheel», editado na alemã Konkretourist em Junho de 2009 | http://konkretourist.de/
Gravação, na aldeia de S. Sebastião da Feira, concelho de Oliveira do Hospital, no dia 28 de Maio de 2009, às 18:00, de uma antiga nora de água, ainda em pleno funcionamento, à beira do Rio Alva, responsável por levar a água às terras de cultivo. Nesta gravação pode notar-se a dinâmica sonora desta nora, à medida que a circundava.

4.    19:30-22:00
«Water Song – Part 1» (02:34) | faixa do EP «Big Wheel», editado na alemã Konkretourist em Junho de 2009 | http://konkretourist.de/
Esta faixa comporta dois momentos de gravação diferentes: água e voz. O som da água foi gravado na pequena localidade de Parente, freguesia de Alvoco das Várzeas, concelho de Oliveira do Hospital, em pleno Rio Alvoco, numa zona de rápidos do açude do Candam. A voz, de Carol Nike, americana a residir por estas paragens, foi gravada dois dias depois da gravação da nora de água, na sua residênc


2ª Parte – Terra

Duração/Faixas/Comentários de Luís Antero
1.    22:00-25:00
«Pastorícia # 2» (03:08) | faixa do EP «Sound Narratives, Vol. 6», editado este mês pela net label portuguesa MiMi Records | http://www.clubotaku.org/mimi/pt/album110.php
Gravação efectuada na freguesia de Pinhanços, concelho de Seia, no dia 11 de Fevereiro de 2009, às 17:30. Esta recolha regista o momento em que o pastor chama as ovelhas para o redil, para que possa proceder à ordenha. Esta é uma prática muito em voga nesta zona, de onde sai o famoso queijo da Serra da Estrela.

Luís Antero 2.    25:00-25:40
«Pastorícia # 3» (00:42) | faixa do EP «Sound Narratives, Vol. 6», editado na  portuguesa MiMi Records em Junho de 2009 | http://www.clubotaku.org/mimi/pt/album110.php
Gravação efectuada na Quinta da Costa, freguesia de Bobadela, concelho de Oliveira do Hospital, por volta das 17:30 . Aqui pode escutar-se um pequeníssimo relato de vida pastoril, com o Ti António, pastor sábio e vivido.

3.    25:40-34:40
«SN # 6» (09:10) | faixa do EP «Sound Narratives, Vol. 6», editado na portuguesa MiMi Records em Junho de 2009 | http://www.clubotaku.org/mimi/pt/album110.php
Gravação efectuada em Aldeia das Dez, concelho de Oliveira do Hospital, numa sexta-feira do mês de Abril, a partir das 17:30. Nesta gravação pode ouvir-se o badalar das horas no sino da igreja, as crianças que brincam na rua, os cães que ladram de desconfiança, as gotas de água que caem na velha fonte, o cabrito amedrontado ou a árvore de badalos e chocalhos do poeta Viriato Gouveia. Enfim, uma certa identidade sonora de Aldeia das Dez, naquelas horas em particular…

4.    34:30-43:37
«cbr 11 am» (09:37) | faixa do EP «Sound Narratives, Vol. 5», editado na portuguesa Enough Records em Abril de 2009 | http://enoughrecords.scene.org/
Gravação em Coimbra, na zona da baixa, por volta das 11:00, num dia de ameno sol, em Fevereiro de 2009. Nesta gravação podem-se ouvir os operários das obras dos edifícios em remodelação, os carros que passam junto à Sé Velha, as aves residentes na zona da Sé… o ambiente próprio da baixa coimbrã a esta hora do dia.

5.    42:40-49:25
«SN # 5» (Goats) (06:45) | faixa do EP «Sound Narratives, Vol. 4», a editar brevemente pela inglesa Earth Monkey Productions | http://www.earthmp.com/index.html
Gravação na aldeia de Moura da Serra, concelho de Arganil, em plena Serra do Açor, no dia 23 de Fevereiro de 2009, às 15:00. Esta recolha tem a particularidade de ter sido efectuada, literalmente, no meio das cabras, ou seja, deitei-me no prado, junto a estes amorosos animais, de forma a captar as suas dinâmicas sonoras…

6.    49:00-51:58
«vai agora, ao fim de velho, cavar?» (02:58) | faixa do site www.luisantero.yolasite.com
Gravação efectuada em Alvoco das Várzeas, concelho de Oliveira do Hospital, no dia 20 de Dezembro de 2008, por volta das 17:00, ao pastor e dono de um rebanho de ovelhas, Zé Gonçalves.
Nesta recolha escutam-se notas de vida pastoril e de saudade abundante…

Discografia:

«Water Recordings» (Bypass, 2008) | «Sound Narratives, Vol. 1» (Bypass, 2009) | «Sound Narratives, Vol. 2» (Electro Rucini, 2009) | «Sound Narratives, Vol. 5» (Enough Records, 2009) | «Stall» – split EP com Marcus Küerten (Bypass, 2009) | «Collected Works» (edição de autor, 2009) | «Sound Narratives, Vol. 6» (MiMi Records, 2009) | «Big Wheel» (Konkretourist, 2009)

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Zepelim de 3.6.2009 – Mafalda and Her Friends Go to the Beach

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No primeiro programa de Junho, Zepelim deixou-se levar até à praia, representada por diversos excertos de field recordings alusivas. A acompanhar, 3 peças de 92982, nova edição de William Basinski pela 2062, composta por peças gravadas no início da década de 1980 e pontuadas por ruído ambiente (sirenes, carros, helicópetros) da cidade, que ajudam a construir a ambiência melancólica típica no trabalho do texano. Ficámos ainda com “The Flood”, tema para o jovem Julian Lynch, artista promovido pela Underwaterpeoples Records, e que editou este ano o álbum “Orange You Glad”.

Alinhamento:

1. Autor DesconhecidoLet’s go to the Beach!!!

2. Jon Salimes – Beach Audio

3. Sierra Jenkins – Young Boys Playing Trumpet and Drum for Tips at Mercado Jamaica (Cidade do México)

4. William Basinski – 92982.1 [92982, 2009]

4.1. Dave Hattman – Carolina Beach, October 31, 2006 1:30am

5. William Basinski – 92982.2 [92982, 2009]

5.1. Sierra JenkinsAviary in Parque Lincoln, Polanco (Cidade do México)

6. Julian Lynch – The Flood [Orange You Glad, 2009]

7. William Basinski – 92982.3 [92982, 2009]

José Afonso Biscaia

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Zepelim |28.05.2009| Tokyo Rose

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Zepelim dedicado à propaganda radiofónica emitida durante a Segunda Guerra Mundial e, em particular, à propaganda japonesa contra o exército dos E.U.A. protagonizada pelas vozes femininas que desencorajavam e desmoralizam os soldados americanos a travarem batalha no Pacífico Sul. Às enigmáticas vozes que saiam da rádio, os soldados americanos chamaram genericamente de Tokyo Rose. As Tokyo Rose, dirigiam-se aos soldados com familiaridade, emitindo canções de amor do folclore norte-americano com o intuito de exaltarem a saudade nos corações dos soldados. Outra das técnicas utilizadas pelas locutoras de rádio japonesas consistia em dirigirem-se individualmente a um soldado, tratando-o pelo nome próprio, falando-lhe da família e da namorada que deixara para trás provocando ciúme e desorientação. Com o término da Segunda Guerra Mundial a imprensa americana encontrou uma das supostas vozes da propaganda japonesa, Iva Toguri D’Aquino que se apresentava sob o nome de “Orphan Ann” tendo feito parte do programa The Zero Hour na Radio Tokyo. Iva Toguri D’Aquino nasceuem Los Angeles filha de emigrantes japoneses. A 5 de Julho de 1941, Iva Toguri viaja para o Japão com a finalidade de visitar familiares e a possibilidade deestudar medicina. Com o eclodir dos ataques a Pearl Harbor, Iva Toguri depara-se com a impossibilidade de regressar aos E.U.A. O governo japonês obriga-a a renunciar a sua cidadania americana e força-a a trabalhar na propaganda anti-EUA. Mais tarde em 1949 após uma longa investigação do F.B.I., Iva Toguri é condenada injustamente por crimes contra a pátria. Em 1971, o Presidente dos Estados Unidos Gerald Ford, concede-lhe perdão incondicional… Toguri morre a Janeiro de 2006.

Nesta emissão de zepelim, recuperámos algumas das raras gravações existentes de Tokyo Rose, e adicionámos alguns excertos ficcionados presentes no filme The Wild Blue Yonder (1954). Contudo, espreitamos também a propaganda radiofónica (This is War!) realizada nos Estados Unidos no ano de 1942 com o intuito de preparar a população para a Guerra contra o Japão e a Alemanha. Podemos ainda escutar algumas faixas retiradas da colectânea Last Kind Words (1926-1953) da Mississipi Records.

Carlo Patrão

Zepelim de 20.5.2009 – The Faraway Wind Organ

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Neste Zepelim, debruçámo-nos sobre o álbum Night Passage, trabalho do escocês Alan Lamb editado em 1998 pela australiana Dorobo Records, construído a partir das últimas gravações que fez, em 1984 e 1985, no “Faraway Wind Organ”, e da actuação que fez em Kobe (Japão) na inauguração do, na altura, maior acelerador de electrões do mundo. Neste programa, porém, concentrámo-nos nas gravações do “Faraway Wind Organ”, uma propriedade no deserto da Austrália Ocidental com perto de 800m2 que comprou por 10AUD em 1976, ocupada por linhas telegráficas abandonadas e em decadência que, com o vento, os pássaros e outras circunstâncias produzem um som único, que Alan Lamb se encarregou de gravar com microfones de contacto, extraindo também desse trabalho o álbum Primal Image. Assim, Primal Image e Night Passage constituem as únicas gravações a ser efectuadas no “Faraway Wind Organ”, visto que quando Lamb regressou ao local após as gravações que foram editadas nesse álbum, se deparou com a destruição do “instrumento”, queimado por tempestades eléctricas e comido pelas térmitas que o habitavam.

Alinhamento:

1. Excerto do programa “The Night Air” da ABC Australia, a transmitir um curso de Código Morse elaborado pela Força Aérea Australiana

2. Alan Lamb – Last Anzac [Night Passage, 1998]

2.1. Versão em Código Morse do primeiro capítulo de “The Book of God: The Bible as a Novel”, de Walter Wangerin Jr.

3. Excertos do Morse Code Podcast, de Steve Antoine

4. Alan Lamb – Night Passage [Night Passage, 1998]

José Afonso Biscaia

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edit: links corrigidos

Zepelim |13.05.09| Guantánamo Express

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Nesta emissão de Zepelim, revisitámos o trabalho do fonógrafo e artista sonoro Aaron Ximm, de quem já tínhamos escutado a colecção de colagens sonoras “As Paredes Têm Ouvidos” gravadas em Nodar, São Pedro do Sul. Aaron Ximm (também conhecido como Quiet American), vive em São Francisco e realizou o seu primeiro trabalho na área da gravação de campo numa viagem ao Vietname em 1998. Dissolvendo-se em diversas culturas, Aaron Ximm cria como turista a oportunidade para captar os sons “naturais” de cada região. Em 2005, a rádio austríaca Kunstradio convida-o a realizar uma peça sonora sobre Guantánamo para ser incluída na série Radio Roadmovie. Viaja para a cidade cubana onde é recebido pela família de músicos de Jesús Ávila Gainza e do seu irmão Julio. É principalmente da convivência com a família cubana e com o seu quotidiano que nasce “Guantánamo Express” um “dueto” entre os sons de Guantánamo e a música de Jesús Ávila. Adicionámos ainda, a peça “3 trains” de cerca de 8 minutos gravada no Vietnam em Ba Cah perto da fronteira chinesa, como despedida de Guantánamo e rumo a Oriente.

Guantánamo Express is first a portrait of Jesús Ávila Gainza and his brother Julio. It was fabricated from the sounds I recorded around them: the sounds of their lives, their families, their homes, and most of all, with the sounds of their music. It is not only about them; I made it for them. by Aaron Ximm

 

1. Quiet American – “Guantánamo Express” (for Jesús Ávila Gainza y su hermano Julio)

2. Quiet American – 3 trains

“The world makes its own music, but we rarely listen with naive ears.”

Aaron Ximm

Ovir também:

Zepelim – 27.11.08 – “As paredes têm ouvidos” –   download

Carlo Patrão

Zepelim |29.04.09| U.F.O. Disclosure

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Alinhamento:

Vermon Elliot –  Intro Music and Dialogue From ‘Episode One’ [The Clangers, 2005]

1. ABC Headline Edition: Taylor Grant’s July 7, 1947 newscast of disc recovery by roswell Army Air Field personnel.

Marcel Duchamp – Erratum musicale [The Entire Musical Works, 2002]

2. Original radio broadcast describing “Battle of Los Angeles.” (1942)

The Ivytree – Inner Groves [Jewelled Antler Library Vol. 3: The Sun is the Lamp, 2003]

Manual – Blue Stone [Confluence, 2008]

Vermon Elliot –   There Now Follows Some Useful Musical Sequences [The Clangers, 2005]

3. In June 19, 1991, Timothy Goode appeared on the popular Nicky Campbell show.  The program, “Into The Night”  is on National Radio One in Great Britain.

Taylor Deupree –  Worn [Weather And Worn, 2009]

Library Tapes – The Sound of Emptiness part 1 [A Summer Beneath The Trees, 2008]

Sun Ra The Satellites Are Spinning [The Solar Myth Approach vol.1, 2001]

4.Discurso de Ronald Regan

Marcel Duchamp –  Musical sculpture [The Entire Musical Works, 2002]

(Os sons adicionais foram retirados de Freesound Project)

Carlo Patrão

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(edit: Links actualizados)

Zepelim de 22.4.2009 – EVP

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Este Zepelim explorou o álbum The Ghost Orchid: An Introduction to EVP (1999),  uma das poucas edições da Parapsychic Acoustic Research Cooperative (P.A.R.C), uma associação americana dedicada à recolha e divulgação do fenómeno EVP, ou Electronic Voice Phenomena. Descrito pela primeira vez nos anos 40 pelo letão Attila von Szalay, este fenómeno consiste na “aparição”, em gravações de transmissões radiofónicas ou em field recordings, de padrões sonoros anormais semelhantes a vozes, que os crentes interpretam como manifestações de fenómenos paranormais, como comunicações de espíritos ou de entidades extraterrestres ou de outras dimensões do Universo ou da realidade.  A exploração deste campo pós-von Szalay foi impulsionada por outro letão, Konstantin Raudive, que tendo realizado mais de 100 000 gravações contendo pequenas “mensagens” durante a sua estadia enquanto professor na universidade sueca de Uppsala, publicou o livro Breakthrough em colaboração com  Friedrich Jürgenson. De entre os seguidores do trabalho desenvolvido por estes investigadores, destacar-se-iam, já no final do século XX, os americanos William O’Neill e George Meek, inventores de um dispositivo para melhorar as comunicações com o “outro lado” chamado Spiricom, e o britânico Raymond Cass, cujos trabalhos ocupam a maior parte do CD editado pela P.A.R.C

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Os investigadores, bem como The Ghost Orchid: An Introduction to EVP, dividem as manifestações deste fenómeno em cinco categorias, exemplificadas neste Zepelim, nomeadamente Polyglot Voices,  que falam em várias línguas ao mesmo tempo ou alternadamente dentro da mesma frase, PSB Interrupts, gravações de intreferências em transmissões radiofónicas públicas, Singing Voices, que transmitiriam as suas mensagens cantando, Alien Voices, transmissões de entidades extraterrestres, e Instant Response Voices, ou seja situações em que o investigador conseguia comunicar bidireccionalmente com a entidade paranormal.

Apesar dos esforços dos investigadores do campo, a maioria da comunidade científica actual duvida da credibilidade das teorias e da validade das experiencias conduzidas para comprovar a existência do EVP, explicando-o através da tendência humana para encontrar padrões familiares em padrões aleatórios, o que explicaria a razão pelas quais as vozes se transmitiriam sempre em linguagens familiares ao investigador, ou através de interferências nas ondas radiofónicas, ou daquelas causadas pelo equipamento eléctrico nos meios de captação de som.

José Afonso Biscaia

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Zepelim |15.04.09| As pessoas do mundo

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Luís Antero pretende afirmar-se como uma plataforma fonográfica das regiões da Beira Serra e Serra da Estrela, fundamentalmente, fazendo uso de registos sonoros de vária ordem, dando primazia a elementos sonoros naturais e a tradições orais (que podem abarcar canções, poesia, histórias de vida ou mera pronuncia de determinada zona…).

Nesta emissão de Zepelim, explorámos a obra de Luis Antero, escutámos as suas recolhas de tradição oral realizadas na Aldeia do Sabugueiro e Oliveira do Hospital:

  • «as dúvidas do ti antónio acerca da teoria de copérnico»

local: sabugueiro, seia

«…não digo que não seja a terra que ande, não digo que não, mas cá pra mim…»

gravação com o ti antónio, na zona da levada, sabugueiro.

  • «tenho galinhas, tenho frangos, tenho tudo…»

local: parente, alvoco das várzeas, oliveira do hospital

Gravação de campo na aldeia do parente, com a simpática d. fernanda, mulher calejada pela vida no campo. nesta gravação ouvem-se o crepitar da fogueira, a água que cai no açude do parente, as galinhas e os frangos da d. fernanda, a carrinha que passa na estrada nacional, o miar triste do gato abandonado e, claro, o testemunho, pequeno mas sincero, da d. fernanda acerca das coisas da vida, como o trabalho… no fim, ainda trouxe um magusto de castanhas para casa.

  • «na roça do mato»

local: quinta do pomar, lageosa, oliveira do hospital

Gravação de um simpático casal – o sr. antónio e a d. elvira – na roça do mato. por um lado, limpam-se as terras, por outro, aproveita-se o mato e adubam-se outras.

  • «ti são e ti antónio do sabugueiro»

local: sabugueiro, seia

Pequena conversa, na zona da levada, com dois simpáticos habitantes do sabugueiro, a mais alta aldeia de Portugal, sobre histórias de vida, curiosidades e a saudade de um tempo ausente…

  • «pampilhosa by train»

local: pampilhosa, mealhada

Gravação do ambiente da estação de comboios de pampilhosa, mealhada, em dia de chuva…

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Musicado por:

Erik Friedlander – Airstream Envy [Block Ice & Propane, 2007]

Erik Griswold – Wednesday [Altona Sketches, 2004]

Ghédalia Tazartès – Part II [Une Éclipse Totale De Soleil, 1982]

Ghédalia Tazartès – Quasimodo Tango [Diasporas, 1979]

Greg Davis & Sebastien Roux – Good Decision [Paquet Surprise, 2005]

Janek Schaefer – In the Last Hour [In the Last Hour, 2006]

Goldmund – Unbraiding the Sun [The Heart of High Places,2006]

The Present – Love Melody  [World I See, 2008]

Carlo Patrão